Restaurar relacionamentos é muito mais difícil que consegui-los. E porque os laços de amizades são destruídos? Porque o ser humano tende a agir como animais irracionais quando estão feridos em seus paradigmas.
O rompimento de amizades acontece, geralmente, porque as expectativas sempre são positivas. Temos uma enorme dificuldade em aceitar o outro como ele é. Queremos o mundo à nossa imagem semelhança, como se houvesse um padrão de comportamento e atitudes rígido sem possibilidades de antagonismos.
Hoje penso que todos os conflitos de amizades devam ser resolvidos, de imediato, sem, contudo aceitarmos a ideia de que resolver desavenças passa sempre pelo apaziguamento das situações. Não é isso. É possível a conciliação sem o apaziguamento contumaz, que pode participar a tua repressão por parte dos outros.
Confesso que não sou tão pragmático assim na resolução de contendas, mas estou tentando. Essa tendência da compreensão vive comigo em estágio recente, muito embora nunca fosse de guardar rancores, que considero verdadeira toxina para a alma.
Observamos que a partir das desavenças surge um verdadeiro arsenal bélico relacionais, como: escárnio, chacota, depreciação, injúria, que recrudescem o entendimento desejado.
Aí, surge a figura do ressentimento irracional e maléfico. Não podemos aceitar que nunca deva existir um diálogo para apuração da veracidade dos fatos que contribuem para a superação de conflitos doentios, que tanto amarguram a alma.
Viver ressentimentos duradouros é a aceitação da sua inferioridade como raça humana. Não se trata de ser sempre o “chapeuzinho vermelho” da fábula. Trata-se de curar feridas espirituais que podem te conduzir à morte.
Não importa com quem está a razão. A restauração precisa ser buscada com tenacidade. Comecemos então em condenar o fato e não a pessoa. Vamos baixar a guarda, ouvir a opinião do outro, nunca querendo se opor às suas razões. “A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar ofensas”(Rick Warren).
Nem sempre um lado só está certo ou errado. Precisamos começar a reconhecer e externar a nossa culpa no mal estar. Cito uma passagem bíblica para enraizar esse conceito: “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1João 1.8, NVI).
Reconheço que o grande estigma para a restauração de relacionamentos seja o amor próprio, por vezes cego e irracional. Estou tentando… Estarei sempre disposto a aceitar mea culpa.
A compreensão e o amor haverão de prevalecer. O nosso coração agradece.