Cerca de 18.150 homens pessoenses podem apresentar infertilidade, que é a capacidade de não conseguir gerar um bebê em tentativas por aproximadamente dois anos, segundo a embriologista e especialista em fertilidade masculina, Dra Salomé Espínola, que lançou na terça-feira (17), no Farila Massas Artesanais, na capital, o projeto Sabores e Saberes, com a presença de médicos da Sociedade Paraibana de Urologia.
O objetivo do Sabores e Saberes é proporcionar uma troca de informações na área de reprodução assistida, reunindo profissionais da saúde, num bate-papo descontraído e científico, regado a uma refinada gastronomia. Nesse primeiro encontro, foi ministrada a palestra O Fator Seminal na Infertilidade Conjugal.
O bate-papo científico contou com a coparticipação do renomado infertileuta italiano Cesare Aragona, pioneiro na implementação das técnicas de reprodução assistida na Itália e em diversos países do mundo, que ainda carrega no currículo a experiência de ter sido professor por décadas, do departamento de Ciências Ginecológicas e Urológicas de Università di Roma Sapienza e diretor do Centro de Infertilidade e FIV da Policlínica Umberto I na capital italiana.
Dra Salomé destacou em sua apresentação, estatísticas nada animadoras para quem deseja galgar o caminho da concepção, pois 15% dos casais em todo o mundo têm infertilidade, onde 40 a 50% dos casos são causas masculinas. “Exposição a poluição e produtos químicos, além do tabagismo, são fatores e condições que contribuem para a baixa fertilidade masculina”, advertiu.
O diagnóstico ainda é uma via que pode ajudar os homens que queiram paternar, com a realização de dois exames imprescindíveis como o espermograma e o Teste de Fragmentação do DNA Espermático, de forma simples e eficaz, feitos à partir da coleta do sêmen.
A embriologista vê com preocupação a diminuição da taxa de natalidade que produziu esse ano 1,7 nascidos por casal, no Brasil, e 1,2 na Itália são inferiores ao valor 2, número necessário para a reposição natural dos pais e de 2,7 que é o número necessário para reequilibrar as mudanças da população.
Ela lembrou que no campo da saúde, isso determina um aumento das despesas sanitárias necessárias pela maior demanda dos idosos, e na área social, determina uma redução da força de trabalho na contribuição fiscal com diminuição da possibilidade de cobertura dos fundos de aposentadoria.
Para o urologista e presidente da Sociedade Paraibana de Urologia (SBU-PB), Dr Rafael Mourato, contar com profissionais de uma formação tão vasta, e uma densa produção acadêmica, é uma importante contribuição para a construção do conhecimento científico, e ainda uma satisfação e honra. “Ganham os médicos que têm a oportunidade de compartilhar experiências com eles e ganham os pacientes”, enalteceu.
O evento científico contou com o apoio do Laboratório Analisis e da SBU-PB.
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