
Não sei se você já ouviu falar da chamada cultura da eliminação. Na sociedade atual, capitalista e consumista, somos levados pelo ímpeto constante da eliminação, o ato pelo qual nos livramos de alguma coisa, de alguém, de um problema ou de algo que não aguentamos. Para a cultura da eliminação, o mais importante é eliminar. Assim, devemos eliminar o bandido, o drogado, o mendigo, a prostituta, o idoso, a mulher que não queremos mais, porque está gorda e feia, a criança deficiente. Enfim, vai se eliminando tudo aquilo que para nós não serve. Tudo isso acontece em todos os âmbitos de nossa vida pessoal, social e do trabalho. A teoria de Darvin, da seleção natural está impregnada em nossa cultura. Para nós, o mais importante é sempre o mais importante; o grande é sempre o poderoso. Assim vamos eliminando os “menos importantes” e os “menores”. Essa cultura não tem nada haver com a filosofia humanista e cristã. O próprio Jesus Cristo passou sua vida toda, seus trinta e três anos defendendo o contrário do que prega a cultura da eliminação. Para Jesus Cristo, os humildes, os pobres, os cegos, os coxos, os doentes, os paralíticos, as prostitutas, os marginalizados, sempre ficaram em primeiro lugar. É claro que a filosofia cristã não se esqueceu dos ricos, mas cobrou deles uma posição de conversão e respeito aos mais pobres. Jesus foi contra a cultura da eliminação. Infelizmente a sociedade na qual vivemos e que prega o capitalismo consumista, tem como base essa cultura. No capitalismo, as propriedades são privadas, apenas alguns detêm o poder de tê-las, o lucro sempre se limitou a poucos, as benesses e riquezas também e a grande maioria (os pobres e marginalizados) ficou sempre eliminado do processo de distribuição da riqueza. No princípio de tudo, segundo a construção Bíblica, Deus criou o mundo para todos e não para alguns, chamados de ricos, de capitalistas hoje. Mas infelizmente, a cultura da eliminação e da marginalização foi sucumbindo essa ideia divina e transformando o nosso mundo em um mundo de cão, de sofrimento, de exploração e opressão. Para perceber como a cultura da eliminação está funcionando, basta só ouvir, ver, pesquisar e escutar o que tem ocorrido no mundo atual. Os conflitos mundiais, as doenças tão fáceis de ser contidas, mas que continuam matando pessoas. O que precisamos fazer? Precisamos dar nossa colaboração individual na luta contra a cultura da eliminação, começando em casa, na relação com nosso esposo (a), com nossos filhos e parentes; No trabalho, atendendo indistintamente as pessoas e realizando nosso ofício com cordialidade, respeito, retidão e prudência. E assim por diante, em todas as esferas da vida humana, onde quer que estejamos devemos nos posicionar contra a cultura da eliminação, porque somos cristãos, porque somos humanos, porque somos irmãos, porque somos iguais e diferentes.
Professor Josa – Mari-PB
Em, 07 de dezembro de 2010.