Sempre achei que as campanhas eleitoras deveriam ser financiadas através de recursos públicos, sendo necessário para isso o estabelecimento de controles rígidos efetuado pela justiça eleitoral. Esse modelo não daria vez às falcatruas dos partidos políticos que, descaradamente, sob o olhar complacente ou cúmplice das autoridades do Executivo, que desaguou sobre a nossa Estatal mais valioso do País, nossa Petrobras.
O lema “o povo vencido, jamais será vencido” está desmoralizado. Não se consegue uma reforma política que pudesse por freios à roubalheira, desmascarada pela Operação Lava Jato, que rema enferma e claudicante diante de ações nebulosas ou obscuras de raposas políticas, que estão usando todo arsenal em prol de sua autoproteção.
O TSE recomendou o cruzamento de informações e já teve algumas surpresas, que precisam de aprofundamento nas investigações: de 1 bilhão de doações para a atual campanha, cerca de 30% tem origem nos integrantes do Bolsa Família, desempregados, grupo de empregados ligados à determinada empresa, e ainda doação de pessoas já falecidas, o que comprova que “os mortos são generosos”.
Aqui amargamos um paradoxo vergonhoso: somos radicalmente contra a corrupção, mas somos corruptos. Quer dizer: nunca aceitamos cortar na própria carne. Exigimos correção, mas não somos éticos. À primeira oportunidade, procuramos agir em causa própria. E aí colocamos a culpa somente na conta dos políticos.
Começo a perceber que esse filme conta com bandidos de todas as classes da sociedade, e não só na política.
Uma coisa que estou gostando do governo Temer é que ele age rápido, pelo menos a corrigir as trapalhadas dos seus ministros, que estão abusando das “tripulias” assassinando a comunicação. Esse time de ministro não deve nada ao quarteto do programa humorístico do passado, “Os trapalhões”. O presidente está adquirindo know- how na arte de puxar orelhas de ministro trapalhão. Agora só precisa o Temer parar de tanta hesitação. Às vezes dá a impressão que ele não sabe pra onde ir. O seu barco está à deriva. Espero que só seja impressão minha.
Os mortos são generosos. Estão doando para as campanhas. Os bolsistas da pobreza também, sem falar dos desempregados e dos laranjas, que utilizados por grupos econômicos, ainda nos darão muito trabalho.
Oh país esculhambado…Difícil não sucumbir diante de tantos exploradores.