O serviço de conserto da parede em um trecho da transposição do São Francisco em Pernambuco pode paralisar momentaneamente o fluxo das águas na Paraíba, segundo afirmou ao Portal Correio, nesta segunda-feira (12), o presidente da Agência Estadual de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), João Fernandes. Comente no fim da matéria.
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O problema com a transposição aconteceu na tarde desse sábado (10), em Sertânia, Pernambuco, quando parte da parede da obra estourou e deixou uma cratera no local, interrompendo o fluxo da transposição.
Segundo João Fernandes, o Ministério da Integração Nacional afirmou que os reparos da cratera na transposição devem durar pelo menos quatro dias, tempo em que o sistema irá deixar de funcionar.
“Na hora que aconteceu o evento eles tomaram medidas imediatamente e pediram no máximo quatro dias para fazer o reparo do canal. Já foi tapado o buraco maior e estamos esperando até o fim da tarde para saber o que já fizeram. [O retorno das águas da transposição na Paraíba] deverá atrasar por conta da quantidade de dias do serviço. Se não baixar a vazão, não teremos problemas. É natural [não chegar água ao estado] porque interrompe o fluxo da água e o tempo de serviço vai ser o que perderemos de água para o açude de Boqueirão”, disse o presidente da Aesa.
Ainda segundo João Fernandes, o problema registrado na transposição do São Francisco é considerado normal.
“É normal que aconteça isso. Nós temos 217 quilômetros de obra. Não é uma dimensão pequena. O governo entregou essa obra antes do tempo; esses canais estavam prontos sem ter utilização e é natural que quando sofram esforço de muita água ele possa dar problema. Mas problema é para ser resolvido e não tenho dúvidas de que eles vão resolver”, concluiu João Fernandes.
Ex-secretário de Recursos Hídricos da Paraíba, o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Francisco Sarmento, afirmou que, mesmo após ser inaugurada, a obra não está concluída.
“Eu estive há umas três semanas e realmente eles estão trabalhando lá com muitas máquinas. Basta circular no canteiro de obras que vai se ver que as máquinas continuam lá. A empresa construtora é quem opera o sistema. As próprias bombas também carecem de testes dos componentes. Na Paraíba, até hoje, não entrou nada mais do que 4 mil litros por segundo. Tem duas bombas instaladas, mas só podem funcionar uma por vez em função de superaquecimento nos motores. Isso é corriqueiro dentro dos sistemas, é comum”, disse o professor.
Com correio da PB