Professor, o alvo das injustiças e barbáries. Ele, absorto na sua doutrinação, ignora tudo e segue firme na missão sublime de formar pessoas. Ganhar pouco? Não importa! Levar grito de superiores? Irrelevante! Sofrer agressões de alunos mal educados, com leniência de pais irresponsáveis, isso faz parte do ofício.
Raras as homenagens que recebe. O seu dia deveria se referendado como o mais importante de todos, afinal, ele formou médicos, engenheiros, economistas, advogados, administradores, psicólogos, dentistas, físicos, químicos, cientistas e até professores. Tudo isso não se leva em conta, afinal isso parece não ter nenhum valor.
Ora bolas, porque tratar tão mal a quem ajuda a construir pessoas de verdade? Porque não dar o devido valor tirando um pouco de quem não o merece nenhum tiquinho? Tem muita gente por aí usurpando valores alheios. Ah isso tem aos montes.
Faz de conta que tá tudo bem. Exigem o seu sangue e até a alma. Em troca lhe dão péssimas condições de ensino. Jogam-lhe na jaula dos leões, pois não sei pra que investir em educação. Não querem criar cobras para mordê-los.
Esses senhores do saber não medem esforços. Amados mestres, seus sacrifícios não têm sido em vão. Existem sensatos que reconhecem o seus valores, muito embora não tenham alçada para recompensá-los.
Sozinhos contra tudo e todos esses anjos do saber continuam em sua missão educadora, por demais não reconhecida. Mesmo levando bofetadas de alguns marginais travestidos de alunos, o professor não perde o amor pela arte de ensinar.
Sozinhos, em pleno abandono contumaz dos sucessivos governos, os professores não perdem sua dignidade. Enche-nos de orgulho ouvir a seguinte frase: “sou professor”. Isso porque já tive vários e a eles credito uma parte da minha existência.
Opções de escolhas eles têm. Ingressar na política, ser um jogador, um cantor, um repórter, um médico, um economista e até ser Presidente da República, porque não? Até analfabetos conseguem isso! Não, eles não querem qualquer profissão. Nasceram com o propósito de ensinar e não abrem mão dessa dádiva.
Rações para revolta até que poderiam pensar. Não, isso não é digno dos mestres. Até seus protestos têm sabedoria. Ontem observei uma manifestação de protesto de docentes. É outro nível. Neles, a rebeldia até que se justificaria, mas não, seguem a doutrina do saber ignorando as injustiças.
Amados mestres, eis-me aqui com uma singela homenagem de um simples admirador da tua arte. As letras do início de cada parágrafo desse texto, com exceção dos dois últimos, formam a tua expressão verbal. As poucas linhas que escrevo por aí são frutos dos ensinamentos que de ti recebi. Obrigado!
Reflito agora: Se tivesse de escolher uma profissão, professor seria a última. Não suporto injustiças com ninguém muito menos comigo, afinal, não tenho o dom de mártir.