“2018 é a batalha final da Lava Jato porque as eleições de 2018 determinarão o futuro da luta contra a corrupção do nosso país. Deputados federais e senadores que determinarão se existirão ou não retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam nos trazer um país mais justo com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade”.
A afirmação acima, proferida pelo jovem e brilhante Deltan Dallagnol, procurador, coordenador da força tarefa da operação Lava Jato, no Paraná, tem um significado emblemático para o futuro do nosso país, porque o procurador protagonista da frase consegue trazer para a nossa reflexão, o que a sociedade espera e deseja, ou seja, com a reforma substancial da bancada congressista, que somente será possível com o voto consciente e seletivo de todos nós, pois não dá mais para titubearmos ou fazermos vista grossa diante do caos instalado no País, com um Congresso manchado, carcomido, minado pela essência da corrupção, do proselitismo e do corporativismo, que tanto mal tem causado a todos nós.
2018 será a última oportunidade dada à sociedade para que a mesma se reposicione da inércia e da estranha aceitação de atos corruptos praticados por políticos da República e do Legislativo, em nome de uma estabilidade econômica almejada pela equipe econômico com o fito escancarado de fortalecer o poder do capital financeiro especulativo, por vezes voraz e desumano, tal descaramento que tomou conta da massa empreendedora do nosso País.
Quero ver em 2018 os políticos devidamente reeducados, cônscios da importância que tem o eleitor na formatação do Congresso. O político precisa entender que ele dever servir ao povo e não o contrário. Quando escolhemos um candidato para uma cadeira, seja no legislativo ou no executivo, não estamos passando uma procuração em branco para que eles façam uso da maneira que lhe convier. Nada disso, haveremos de exigir dos futuros políticos um comprometimento incondicional com projetos e leis que tragam a segurança e o bem estar do povo em sua totalidade, não segregando classes nem seletando beneficiários.
Não queremos salvadores da pátria porque eles não existem. Não queremos um governante de uma só camada da sociedade porque aí é persistir no erro que tanto nos prejudicou num passado muito recente.
Para quem acompanha os noticiários ligados à política tem ficado a sensação de que estão querendo “melar” os objetivos da operação que trouxe novo ânimo à sociedade. A articulação observada nos porões podres da nossa política tem nos trazidos apreensões preocupantes. Nitidamente há um movimento debaixo de uma cortina de fumaça visando melindrar a PGR, minando e minimizando a sua importância.
Vimos nas falas dos Procuradores que os bandidos entrincheirados sucumbirão à força do poder, da autoridade e da autonomia que goza essa instituição que tanto nos orgulha, que é o Ministério Público Federal, que juntamente com alguns juízes de primeira instância e com a Polícia Federal, vem demonstrando que ainda podemos ter um fio de esperanças de que nos transformemos numa nação digna, motivo de orgulho para todos nós e de inveja para as outras nações que ganham cada vez mais a simpatia dos brasileiros ,ávidos por decência e decepcionados com o elevado grau de promiscuidade que nos acometeu.
2018 será o nosso ano. Não vamos jogar essa oportunidade fora. Deixemos as picuinhas de lado, as dicotomias dos tolos, quebrando os retrovisores que espelham o nosso passado negro e vamos mirar o nosso olhar ambicioso para o futuro, com um país ético, desenvolvido e desprovido das mazelas que cismaram em não arredar o pé.
Estamos vendo já surgirem movimentos de raposas políticas, que descaradamente fazem de conta que não sabemos dos danos e estragos que eles já causaram à sociedade. Sabemos que existem os “abilolados” e espertalhões, que mal esperam pelas eleições para se aproveitarem de ações de malfeitores travestidos de políticos e levarem as suas vantagens, revigorando a famosa “Lei de Gerson”.
A sociedade tem uma enorme responsabilidade em 2018. Temos a certeza de que existem homens de bem na política. É só mirarmos as nossas lunetas no político de perfil ético, comprometido com o bem estar comum e não apenas para servir os seus asseclas. O político de bem será selecionado nesse processo, pois o eleitor consciente e sem cabrestos estará atento em busca do fim da sangria patrocinada por malfeitores da política. O eleitor terá a grande missão e responsabilidade de separar o joio do trigo e se sairá bem nessa empreitada.
2018 será o “Armagedon” da Lava Jato. Assim esperamos.