O Brasil é recordista mundial em cirurgias íntimas femininas. Só em 2015, a modalidade mais popular de intervenção na vagina – a labioplastia ou ninfoplastia – foi feita por 12.870 mulheres no país, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês).
Mas homens também recorrem a uma variedade de procedimentos cirúrgicos no pênis. Em 2015, foram 440 cirurgias de alongamento do pênis no Brasil, segundo a mesma organização.
Na maioria dos casos, as intervenções têm finalidade puramente estética e são buscadas por indivíduos que querem se livrar de inseguranças sobre a aparência da genitália e melhorar a qualidade da vida sexual.
Essas cirurgias, porém, não são isentas de riscos e a decisão de se submeter a elas deve ser cuidadosa e levar em conta aspectos físicos e emocionais.
Segundo a psicóloga clínica e educadora sexual Laura Muller, é comum que homens e mulheres se preocupem com a aparência de seus genitais e esse tipo de insegurança pode ter um impacto grande na vida sexual.
Mas isso não deve ser levado ao extremo, de acordo com a especialista. “Eu costumo dizer para homens e mulheres que não é a dimensão do órgão ou seu aspecto que fazem a diferença no prazer sexual, mas sim o encaixe do casal, como esse casal se relaciona na cama, o quanto conseguem entender o que um e o outro gostariam de fazer.”
Veja algumas das cirurgias íntimas a que recorrem homens e mulheres com a esperança de melhorar a vida sexual:
CIRURGIAS FEMININAS
Colaneri diz que o principal objetivo da cirurgia é aumentar a autoestima da mulher que, por causa da insatisfação com a aparência da vagina, evita se trocar em vestiários coletivos, de usar roupas justas e fica constrangida durante relações sexuais.
Trata-se de uma cirurgia de pequeno porte, com anestesia local, na qual a paciente tem alta no mesmo dia e pode retornar ao trabalho dois dias depois. Exercícios físicos estão liberados depois de 21 dias e relações sexuais, depois de 30 dias.
O cirurgião alerta que a cirurgia, apesar de simples, pode trazer riscos importantes se feita por profissionais sem experiência. “Se tirar demais os pequenos lábios, não tem como refazer. É uma sequela para o resto da vida”, diz. Para entender melhor o procedimento, veja o vídeo.
CIRURGIAS MASCULINAS
Existem dois tipos: a curvatura peniana do jovem, quando o problema é congênito, e a curvatura adquirida, ou doença de Peyronie, provocada por pequenos traumas durante relações sexuais ou outros acidentes. O problema pode não ser apenas estético, mas também prejudicar as relações sexuais, provocando desconforto na parceira.
O diagnóstico dessa condição só pode ser feito com o pênis ereto. Por isso, no consultório, o médico injeta uma medicação na base do pênis que provoca a dilatação dos vasos, induzindo a uma ereção involuntária, independente de estímulos eróticos. Esse mesmo procedimento é utilizado no diagnóstico de outros problemas penianos.
A cirurgia é capaz de restaurar a simetria do pênis ao eliminar o “repuxamento” que provoca a curvatura durante a ereção. O paciente pode ter alta até no mesmo dia e voltar a ter relações sexuais em seis semanas, segundo Egydio. Entenda melhor o procedimento no site do urologista.
Nesse caso, uma cirurgia pode recuperar o tamanho do pênis até o limite do tamanho dos nervos do órgão. O procedimento pode ser associado a um implante de prótese de silicone para ajudar na recuperação do comprimento e diâmetro do pênis.
Segundo o urologista, insatisfação em relação à aparência do pênis impacta de forma muito intensa a vida dos homens. “Principalmente no jovem, isso impacta muito. Ele cada vez quer sair menos ou se expor diante da parceira, evita sempre namoros e vive uma exclusão social.” Ele conta que o homem tem dificuldade de falar sobre o assunto e demora em média de três a cinco anos para procurar um médico. “Tudo isso impacta no âmbito psicológico, social e afetivo e faz com que o homem fique desmotivado como um todo.”
G1