O capitão da PM Allisson Wattson foi preso acusado de assassinar a namorada com um tiro no rosto e esconder o corpo no lixo. A estudante de direito, Camilla Abreu, estava desaparecida desde a quinta-feira (26) e o corpo foi encontrado na tarde desta terça-feira (31), próximo à BR 343, região do povoado Mucuim, Zona Rural de Teresina, Piauí.
Em depoimento, o acusado afirmou que houve uma discussão no carro motivada por uma suposta traição. A jovem já havia sido agredida anteriormente devido a ciúmes.
O capitão foi preso e indicou o local onde o corpo estava, as informações apontam que antes de matá-la com um tiro no rosto, ele fez sexo com a jovem dentro do carro.
O delegado Baretta confirmou a prisão do policial e a apreensão do carro que ele usava no dia que o crime foi cometido e que ele tentou limpar o sangue após assassinar a jovem.
“Foi achado o cadáver, fizemos incursões e a tarde foi feita a localização. Tem uma equipe na Delegacia de Homicídios interrogando ele.”, disse o delegado.
A família do policial tem um sítio próximo ao local onde o corpo da estudante de Direito foi encontrado. O celular dela foi achado dias antes próximo ao restaurante Frango Dourado.
Após a perícia ser realizada no local onde o corpo foi encontrado, o instituto Médico Legal fará exames que serão determinantes para conclusão da investigação.
“O perito vai analisar o corpo, ela vai ser levada para o Instituto Médico Legal e ai vai ver se ela foi colocada aqui ainda viva ou se já estava morta”, disse o delegado.
FAMÍLIA REVOLTADA COM O CRIME
“A gente já sabia que a possibilidade de achar ela viva era remota, mas é uma perda grande, um cara que teve as portas da casa da mamãe abertas, um militar, um policial, cara da instituição, meus colegas perguntando se podem chegar em casa, temendo a revolta com a categoria. Lá em casa meu pai é de infantaria, nós temos históricos, esse cara mancha a imagem da instituição”, disse o tio de Camilla, Jandeilton Rodrigues.
Na porta da delegacia vários populares se aglomeram revoltados com a situação. Um mulher disse que se fosse um negro e pobre, teria sido agredido e teria o rosto exibido para todo mundo ver, mas como é policial, está sendo escondido, poupado.
CARRO DE POLICIAL FOI APREENDIDO
A Polícia Civil também apreendeu o carro do policial Allisson Wattson, um Corolla, que ficou manchado com sangue de Camilla e no dia seguinte ele tentou lavar os bancos em um lava jato. O militar teria trocado um dos banco e tentado vender o veículo na cidade de Campo Maior, onde já trabalhou em um batalhão, mas devido ao cheiro de sangue, não conseguiu negociar o carro, mesmo oferecendo um valor menor que o de mercado.
PAI DE CAMILLA ESTEVE NO LOCAL
Além do tio da jovem morta, o pai dela, Gean Carlos, esteve no local e não escondeu sua revolta com o caso. Camilla foi criada com os avós, mas tinha um bom relacionamento com os pais, que eram separados. A mãe esteve na casa onde ela morava, na Zona Sudeste de Teresina, e muito abalada lamentou a morte da filha.
“É um monstro, um vagabundo, eu tinha esperança de encontra ela viva, mas sabia que era difícil”, disse o pai.
CORPO FOI JOGADO PERTO DE LIXO E ENTULHO
Segundo as investigações, após matar Camilla com um tiro no rosto, o policial militar Allisson Wattson dirigiu com a jovem morta até a estrada vicinal e jogou o corpo dentro da mata, próximo a um local onde se amontoava lixo e entulho, cerca de 15 metros da estrada de chão. O Instituto Médico Legal fez a remoção do corpo para a sede do órgão no bairro Saci, Zona Sul de Teresina, onde exames serão realizados. A família fez o reconhecimento do corpo.
DELEGADO GERAL COMENTA O CRIME
O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, esteve na Delegacia de Homicídios e comentou o desenrolar do crime.
“A Polícia Civil se solidariza com a família nessa situação, o assassinato brutal a uma pessoa que não teve chance de defesa. Poderia ser com uma filha nossa, uma parente nossa, a policia deu uma resposta rápida. Ele vai ser interrogado, há alguns pontos que precisam se fechar, existem várias provas, mas tem que fechar alguns pontos, o interrogatório não tem hora para acabar e pode varar a madrugada. Não interessa pra policia saber a motivação dele, a vitima não está aqui para se defender”, disse.
“A gente não tinha a localização e com a prisão dele, chegamos ao local. Ele confessou com uma riqueza de detalhes, dá a versão dele dos fatos, a dinâmica cabe à polícia demonstrar. Ele coloca que houve um desentendimento com ela, uma briga, alegando traição e outras coisas, a gente vai apurar isso. O primeiro ato nosso foi prender ele, apreender o veículo e achar o corpo, nós temos um prazo para a investigação ser concluída”, afirmou o delegado.
“Estamos aguardando a conclusão do inquérito por parte da Delegacia de Homicídios e logo após a Corregedoria certamente irá instaurar o procedimento administrativo disciplinar competente e nós só poderemos nos manifestar sobre a providência final, sobre a condição funcional do policial, só após o procedimento.
Após a apuração o Comando Geral da Polícia Militar vai se manifestar, nós não podemos, por questões legais, nos antecipar a que decisão a corporação vai tomar, tão logo esse procedimento administrativo seja concluído. Ele, por ser oficial, deve permanecer em sala de estado maior, aguardando a deliberação por parte do juiz que se manifestou pela prisão preventiva dele”, disse.
NOTA DA SECRETARIA DE SEGURANÇA
A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP – PI) informa que o capitão da Polícia Militar, Alisson Watson, foi preso na tarde desta terça-feira (31), suspeito de assassinar a estudante Camila Abreu . O corpo da vítima foi encontrado no povoado Mucuim, localizado em uma entrada após o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Br 343. O delegado Francisco Costa “O Bareta” está em deslocamento e poderá conceder entrevistas no local.