Identificado pela Marinha do Brasil na costa da Região Sudeste, ciclone ganhará nome se evoluir para tempestade subtropical
Kurumí – ou “menino”, em tupi-guarani. Esse será o nome do ciclone, identificado pela Marinha do Brasil na costa da Região Sudeste, se ele evoluir para tempestade subtropical. Desde a notificação dessa possibilidade, uma pergunta tem sido recorrente: por que Kurumí?
Para ser oficialmente batizado de Kurumí os ventos devem atingir 63 km/h ou mais. Na última quinta-feira, 23, a intensidade era de 55 km/h. Em nota, a Marinha afirmou que o centro do ciclone está localizado a 250 quilômetros a sudeste de Macaé, no Rio, em área oceânica. Ainda considerado “depressão subtropical”, estágio anterior à tempestade, o sistema deve provocar impactos em alto-mar na costa entre São Paulo e Santa Catarina e também do Rio à Bahia.
Do Rio à Bahia, a tempestade pode provocar agitação marítima e ondas entre 3 e 5 metros de altura no oceano – mas que não devem chegar às praias, segundo meteorologistas. Já de São Paulo a Santa Catarina, a previsão é de ondas de 3 a 3,5 metros.
Sistemas meteorológicos especiais, como furacões, tufões ou os ciclones tropicais, subtropicais e extratropicais costumam ser “batizados” pelos centros de monitoramento meteorológicos internacionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, é Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) que dá nome aos furacões.
No Brasil, quem batiza os sistemas meteorológicos é a Marinha. Os nomes são geralmente de inspiração indígena, em tupi-guarani.
Esses fenômenos são batizados para facilitar os alertas e avisos – além de agilizar protocolos de evacuação. O “batismo” é considerado fundamental para evitar confusões e garantir a clareza dos comunicados. Nomes de furacões que causaram grandes tragédias são retirados e não voltam a ser usados, para que não haja confusão. Via de regra, de acordo com regras da Organização Meteorológica Mundial (OMM), as listas com possíveis denominações desses fenômenos alternam nomes masculinos e femininos em ordem alfabética.
Em 2018, a Marinha atualizou a lista de nomes para possíveis ciclones que se formados na costa brasileira. Confira a lista completa com a época e local de formação dos sistemas nomeados até agora:
Arani (tempo furioso) – março 2011 – RJ-ES
Bapo (chocalho) – fevereiro 2015 – SP
Cari (homem branco) – março 2015 – SC
Deni (tribo indígena) – novembro 2016 – RJ
Eçaí (olho pequeno) – dezembro 2016 – SC
Guará (lobo do cerrado) – dezembro 2017 – ES-BA
Iba (ruim) – março 2019 – BA
Jaguar (lobo) – maio 2019 – RJ
Kurumí (menino)
Mani (deusa indígena)
Oquira (broto de folhagem)
Potira (flor)
Raoni (grande guerreiro)
Ubá (canoa indígena)
Yakecan (o som do céu)