Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Quem deixa suas economias na poupança já deve ter ouvido sobre a falta de retorno da opção de investimento mais popular do Brasil. Apesar da facilidade de aplicação e o risco zero, a boa e velha caderneta não é, nem de longe, a opção indicada pelos experts no mercado financeiro para quem deseja fazer o seu dinheiro render. Porém, pela primeira vez em quatro anos, a modalidade obteve um rendimento real, ou seja, superou a inflação.
Segundo um levantamento de Einar Rivero, da consultoria TradeMap, a aplicação cravou uma rentabilidade de 2% em 2022 já descontando o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A poupança foi uma das cinco opções de investimento que conseguiram terminar o ano no verde, ficando atrás do IHFA, IDIV, CDI e Ima Geral, muitos desconhecidos da maioria da população. Por outro lado, a maior perda real foi registrada pelo bitcoin, com uma queda de 68,27% no ano.
Apesar do investidor da poupança não ter saído no prejuízo em 2022, o especialista explica que a margem é muito pequena e há outras opções de renda fixa mais rentáveis à disposição. “Cada fase da economia do país tem diferentes tipos de investimentos que são ideais. Hoje podemos dizer que, por conta das incertezas econômicas que todo novo governo traz, já há uma migração para modalidades de renda fixa como o CDB. A remuneração é mais alta, o que garante uma chance maior de preservar o poder de compra”, explica o especialista.
A poupança foi criada no século XIX por Dom Pedro II e, desde então, é considerado o primeiro contato dos brasileiros com o mundo dos investimentos. Atualmente, estima-se que cerca de 67 milhões de pessoas no país possuam ao menos cem reais poupados no banco. O valor aplicado é utilizado pelas instituições financeiras para fazer empréstimos a empresas ou para que o governo pague eventuais déficits nas contas públicas.
Para Horácio Forte, apesar de não ser a aplicação mais estratégica, é importante entender individualmente cada perfil e o dinheiro disponível. “Tudo vai depender do objetivo do investidor. Muitas vezes, se é um microempreendedor que está com algo sobrando, podemos dizer que o melhor para ele é utilizar esse montante para investir no próprio negócio e turbinar a própria atividade”, orienta o especialista.
Correio da PB