Como faço normalmente, fico garimpando assuntos durante a semana para poder desenvolver os textos do “PONTO DE VISTA”. Esta semana o material está vasto. Elaborei uma lista tríplice de assuntos importantes que vieram à tona durante a semana: a complexa exposição dos procuradores do Ministério Público Federal, que causou tantas interpretações de leigos, neófitos e de juristas de várias tendências; o pronunciamento surreal do ex-presidente Lula, quando comparou político ladrão, que rala de quatro em quatro anos atrás de votos, com funcionários públicos concursados que “frequentam uma faculdade e conseguem emprego pra toda vida”, e a morte trágica do ator global, tragado pelo traiçoeiro redemoinho das águas do “Velho Chico”.
Escolhi por unanimidade do meu foro íntimo, o infortúnio que vitimou o ator Domingos Montagner, que vivia o auge da sua profissão, com desempenho espetacular na novela “O Velho Chico”, ao lado de outra estupenda atriz, que é a bela Camila Pitanga.
Esse acontecimento acometeu o País de uma tristeza profunda, notadamente pelo especial caráter do ator, que era tido por todos como uma pessoa definitivamente do bem.
Tragédia dessa natureza nos remete à fragilidade da vida. Traz a contribuição para o nosso aperfeiçoamento humano, obrigando-nos a levar a vida com a leveza que ela exige. E suavizar a vida é colocar em segundo plano os conflitos pessoais, notadamente no meio familiar, onde cada elemento trava uma batalha ferrenha como a defender as suas convicções, não vendo a qualidade dos seus pares. Como somos rudes enquanto seres humanos, porquanto nos entregamos ao narcisismo exacerbado, dando-nos todos os troféus que não os merecemos!
A vida é efêmera. O “Velho Chico” ratificou essa verdade. No percurso de suas águas, ele escreve uma estória com a vida imitando a arte. Isso porque recentemente, o falecido ator protagonizou uma cena parecida com a que lhe tirou a vida, quando foi resgatado de um afogamento, enlameado, mas com vida, o que não aconteceu desta vez. O destino o vitimou com a morte.
“A vida tem dessas coisas”. Fica o alerta para todos nós: Devemos valorizar a vida, vive-la buscando a harmonia e o amor fraterno. Deixemos nossas picuinhas e as nossas verdades absolutas de lado.
Não me coloco como ser perfeito, mas acho que posso (e podemos) viver a vida com galhardia. E é isso que tenho procurado, acreditem! Vamos todos nessa direção. Vamos minimizar a autoadmiração e reconhecer os valores dos outros também. Não somos únicos. Tem alguém de valor em nossa volta. Observe isso.