“Nos últimos dez anos houve um boom de fertilização, e isso gerou o aumento do nascimento de gemelares, às vezes de quadrigemelares. Mas, esse caso de trigêmeos idênticos é algo raro”, explica o médico.
Nicolas Eduardo, Pedro Miguel e Hugo Leonardo nasceram com três minutos de diferença cada um. Uma gestação que surpreendeu a mãe, que está desempregada. “É uma sensação inexplicável, é um monte de sentimento ao mesmo tempo. É um misto de medo, de preocupação, de felicidade, é muita coisa”, detalha.
A gravidez de múltiplos ocorre de duas formas. Em uma situação, em vez de um único óvulo, a mulher libera dois ao mesmo tempo. Cada um é fecundado por um espermatozoide e gera um embrião diferente. Nesse caso, nascem os gêmeos bi vitelinos ou fraternos, que podem ser de sexos diferentes e nem se parecer um com o outro. Outra possibilidade é quando um único óvulo fecundado se divide em dois ou mais grupos de células, formando mais de um embrião. Nesse caso ocorrem os gêmeos univitelinos ou idênticos.
Normalmente, um parto é feito com pelo menos 38 semanas de gestação. Mas, para garantir a saúde de mãe e filhos, a cesárea da Rosângela ocorreu com 34. Os bebês nasceram com um quilo e meio, em média. Nicolas, o primeiro, foi o que nasceu mais forte e foi para a unidade de cuidados intermediários. Pedro e Hugo ainda estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Eles ficam para ganhar peso, recebem alimentação por sonda, e todos os cuidados que uma incubadora oferece”, pontua o médico Marcos Vinicius.
Todos os dias, a mãe chega cedinho ao Hospital Universitário e fica até o fim da tarde. O contato, quase sempre ocorre apenas com as mãos, os bebês ficam na incubadora. Na terça-feira (25), foi a primeira vez que ela pode segurar os três ao mesmo tempo.
Pela primeira vez fora do útero, os irmãos também sentiram a proximidade um com o outro, e o amor da mãe.
“Ter os três bem pertinho, bem juntinhos, é muito bom. A sensação é inexplicável. É um amor inexplicável”, se emociona a mãe dos meninos.
Foram minutos que valeram por horas. No entanto, a união definitiva ainda vai ter que esperar. Dizem que um caso assim é quase tão raro quanto acertar todos os números da loteria. Para Rosângela, ter marcado o “três” já foi a maior sorte do mundo.
“Acho que loteria não passa nem perto da felicidade de ter três bebês. É muita emoção”, conclui Rosângela dos Santos.
G1