O número de contratados na saúde de Sapé já ultrapassa o de servidores efetivos, obras intermináveis no Hospital, saldo negativo em mais de R$ 2 milhões no Fundo da Saúde, recursos da saúde para construção de escolas e sucateamento do Samu são algumas das irregularidades constatadas no Sagres do Tribunal de Contas do Estado e denunciadas pelo vereador Pinheiro Junior.
A Secretaria Municipal de Saúde do Município de Sapé, Zona da Mata Paraibana, utilizou recursos do Fundo Municipal de Saúde para a construção de escola. O fato pitoresco pode ser observado no Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (SAGRES), do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE). A Secretaria Municipal de Saúde possui gestão própria, ou seja, ordena despesas e possui contabilidade própria, independente da Prefeitura.
Mas as irregularidades não param por aí, dados referentes ao mês de Julho deste ano apontam um número excessivo de servidores contratados por excepcional interesse público, chegando a ultrapassar o número de servidores concursados. Segundo o Sagres, no mês Julho a folha da Saúde de Sapé já constava 427 contratados e apenas 346 servidores efetivos. Os contratados são das mais diversas funções que vão do pessoal de serviços gerais a coordenadores. O gasto com o pagamento desses contratados totaliza R$ 833.932,19, enquanto que a folha dos efetivos só totaliza R$ 602.805,39. O elevado número de contratados na Saúde e também na prefeitura de Sapé chega a ser escandaloso, principalmente por se tratar de um ano eleitoral.
As contas da Saúde de Sapé também estão na UTI. Desde o início do ano que a diferença entre empenhos e pagamentos vem acumulando saldos negativos nos últimos meses. Em Julho deste ano, o rombo na contabilidade já ultrapassa os R$ 2 milhões. No mesmo período, a contabilidade da Prefeitura de Sapé também apresentou déficit de mais de R$ 3,5 milhões, chegando a um impressionante montante de mais de R$ 5,5 milhões se somados os saldos da Prefeitura e da Saúde.
“O descaso com a Saúde realmente apresenta diagnóstico preocupante. Faltam remédios, médicos, a maternidade foi fechada e o Samu sucateado. Há vários meses a principal ambulância do Samu encontra-se sucateada, no meio da rua de um bairro da cidade, deixando a população apenas com uma viatura que também apresenta sinais de defeito. No único hospital da cidade, o Hospital Regional Dr Sá Andrade, os problemas são muitos. O centro cirúrgico foi fechado e o hospital passa por uma reforma interminável. A reforma e ampliação da unidade hospitalar teve início em fevereiro de 2014, com recursos do Governo do Estado de mais de R$ 1 milhão, e tinha a conclusão da obra prevista para agosto do mesmo ano. Com dois anos de atraso, a obra ainda não está concluída, trazendo complicações para pacientes, servidores e usuários”, declarou o vereador Pinheiro Junior, denunciando o caos na saúde de Sapé.
Da redação