A saga dos políticos inescrupulosos que se sustentam em galhos podres de um mangue fedorento em que se transformou o conjunto de políticos e autoridades dos três poderes da República chega a um estágio de repúdio insuportável entre os brasileiros sensatos e ávidos de ética e lisura. Os que simpatizam os prosélitos em benefício próprio e pequeníssima parcela da nossa sociedade, que ainda não acordou do estado de inércia e sono profundo que foi acometida, continuam firmes no propósito de defender o indefensável: a aceitação de atos corruptos em nome de uma estabilidade econômica que não existe, fruto que é da conjuntura mundial e de eventos isolados, a exemplo da exuberante safra agrícola 2017.
Descaradamente, e subjugando a paciência do nosso povo, alguns figurões ferroados com a marca registrada da corrupção e mal feitos vêm a público se apresentar como vítimas de armações e complôs contra eles.
O ex-presidente Lula se diz vítima de perseguição sistêmica de uma trama para alijá-lo do processo político de 2018, haja vista tratar-se de uma ameaça iminente; A ex-presidente Dilma se diz vitimada de um golpe (que em parte faz sentido pelo desenrolar dos acontecimentos previstos), mas sabe-se que ela caiu em função da incapacidade política de aliar-se a toda espécie de político, arte, isso sim é arte, que o Temer se utiliza para angariar votos e livrar a sua pele do necessário processo legal que lhe acarretará a morte política.
O atual Presidente, este que insiste em empurrar o Brasil para trás, teima em impor uma agenda de reformas que somente atinge à classe mais frágil da nossa sociedade. Certos economistas e bajuladores das ações nefastas do atual Governo defendem que ele está colocando o Brasil nos eixos. Isso é de uma irresponsabilidade ímpar, haja vista que nenhum deles tem bola de cristal para prever o que virá lá adiante. Sim, porque todas as áreas e segmentos atingidos agora sofrerão impactos significantes lá adiante.
Amanhã teremos o final de mais uma novela burlesca, quando o desfecho já é conhecido. Fica Temer! Esse é o desejo do conluio que se instalou no Congresso Nacional. A entidade que deveria representar os anseios da sociedade usa de todas as artimanhas para defender prosélitos de grupos que ditam as normas no nosso modelo nefasto de fazer política, onde os interesses da minoria predominam sobre o grosso da sociedade.
Fica Temer. Só assim você promulgará a Lei reimplantando o sistema de escravidão, findo em 1888, com a Lei Área, e assim se torna impossível detectarmos focos de trabalho escravo, com benefícios intocáveis aos ruralistas, que fazem se representar por uma bancada com grande poder de fogo no Congresso.
Fica Temer. Só assim você implementará o seu programa “Uma ponte para o futuro”, que somente agora conseguimos enxergar o seu alcance. Uma economia planificada do jeito que o seu governo planejou, onde o capital financeiro dita todas as normas do mercado, com a adesão de grandes grupos econômicos, possibilitará, em breve, vermos consolidada a intenção da concentração de renda nas mãos de uma minoria que escraviza, determinando quanto o miserável empregado deve ganhar no processo da construção da riqueza nacional. É muito fácil defender a livre iniciativa, com o setor privado ditando as normas, pois o envolvimento de grandes grupos com os crimes objeto da Lava-Jato trouxe à tona uma realidade: não temos por aqui muitos empreendedores. Em lugar desses, temos ladrões do colarinho branco, que cautelados por uma legislação fraca, um judiciário pobre e submisso aos interesses da classe política, deitam e rolam subtraindo do bolo social parcela considerável do nosso PIB.
Fica Temer. Só assim ganharás fôlego para pensar como livrar-se do imbróglio que é a tua participação na ORCRIM, apontada pelo MPF. Tua sorte é que a população sofre de inércia paralisante, fenômeno que deve ser objeto de estudos para o pessoal da psicologia, pois o estado de demência e ostracismo em que se meteu o povo brasileiro é algo digno de estudo profundo.
Fica Temer. Com isso o seu caminho para interferir no meio ambiente, beneficiando grandes grupos econômicos ligados à exploração da Amazônia se apresenta livre. Corre que dá tempo, como tens corrido para aprovar uma reforma da previdência, sem o estudo profundo das causas e efeitos do propalado rombo, quando apenas uma parte do bolo será atingida: a grande massa de trabalhadores no nosso país.
Fica TEMER. Isso é a garantia de que o abano salarial, benefício criado e que contribui para a diminuição das desigualdades, será cancelado. O Governo maquiavélico já anunciou que deverá cortar o benefício. Fica TEMER. Os 3% de interesseiros e alienados ficarão gratos e te renderão homenagem por ter sido o Presidente que ousou manter os privilégios daqueles que já se perpetuaram com a boca nas tetas do governo.
Amanhã o Brasil assistirá a uma velha peça teatral em um ridículo picadeiro. Os personagens dessa peça são velhos conhecidos. Sob a proteção de comprados e envolvidos, o senhor Temer se livrará do processo nesse instante. Isso porque tirá-lo de lá agora consiste num autêntico “tiro no pé”, pois o envolvimento dos protagonistas atuais em atos desabonadores é notório e incontestável.
Fica TEMER. Hoje apenas lamentaremos a sujeira legal que são as medidas parlamentares impositivas, não pela sua existência, mas sim, pelo mau uso numa descarada manobra para comprar os asseclas ainda renitentes.
Fica TEMER. Somos um povo alienado e que permanece deitado eternamente em berço esplêndido, a espera de um novo “milagre brasileiro”.