Há um ano, a família de Arlinda Soares, de 34 anos comia “Ratos de Junco” para poder matar a fome. A história de Arlinda e dos seus nove filhos, que moram em Alagoa Grande, localizada no Brejo paraibano, foi amplamente divulgada no início de julho de 2015. Com a notícia, muitas ajudas chegaram na época. Hoje, um ano depois, a situação não é muito diferente do primeiro encontro. O repórter Écliton Monteiro, da rádio 98 FM, foi até o local e viu o estado de miséria que a família ainda vive. Hoje, os ratos não estão mais nas panelas, mas deram lugar a passarinhos.
“Isso é a realidade, agora estamos comendo passarinho. Antes era rato, agora é passarinho”, afirmou Arlinda.
De acordo com Écliton, a única coisa que tinha para comer nesta sexta-feira (01) na casa de Arlinda era uma panela de arroz e dez passarinhos, que foram caçados por alguns de seus filhos durante a noite da quinta-feira (30).
Situação era parecida há cerca de um ano
A história da família ficou conhecida em 2015 após o registro de um jornalista que esteve no local para fazer uma matéria sobre outro assunto. Na ocasião, ele flagrou os filhos de Arlinda chegando na casa com ratos nas mãos. Ao perguntar para que eram aqueles ratos, os meninos afirmaram que era para comer.
“Eu fui até a casa da família para fazer uma reportagem sobre um homem que tinha morrido na comunidade. Quando estava iniciando a matéria, vi as crianças saindo do mato com os animais e todos tratados. Perguntei para qual a finalidade dos animais e eles foram enfáticos: para comer. Fiquei chocado com a situação de pobreza da família”, relatou o jornalista ao Portal Correio na oportunidade.
Além de substituir os ratos por passarinhos, outra coisa mudou na vida desta família. Desta vez para melhor. A casa, que antes era de barro, agora é de tijolo e cimento. No mais, tudo igual: fome, sofrimento e esperança.