Diante da pandemia provocada pelo coronavírus, muitas são as medidas de prevenção recomendadas e reforçadas todos os dias pelas autoridades de saúde, sendo a do isolamento social a que mais se destaca.
Orientado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), esse distanciamento social tem como objetivo prevenir que um grande número de pessoas adoeça ao mesmo tempo, causando a superlotação e o colapso dos serviços de saúde.
Conforme estudos e pesquisas realizados, o percentual mínimo de isolamento social indicado para que a medida tenha efeito é de 70%, índice que está longe de ser atingido pelo estado da Paraíba.
Conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), no último domingo (10), Dia das Mães, a taxa de isolamento social na Paraíba atingiu apenas 44,6%, número que representa a baixa adesão da população às medidas de prevenção recomendadas.
Conforme a Secretaria, os dados de adesão ao isolamento social são disponibilizados pela plataforma In Loco, que é uma base de dados que contabiliza as informações de mais de 60 milhões de dispositivos móveis em todo o Brasil.
Para isso, a empresa disponibiliza um módulo de software, que é integrado em aplicativos de parceiros e clientes, como bancos e grandes varejistas, por exemplo. A partir disso, os usuários que voluntariamente instalam esses aplicativos podem ou não permitir a coleta de dados pela plataforma.
Conforme esses números, no último domingo, as cidades de João Pessoa e Campina Grande obtiveram percentuais de isolamento semelhantes ao do Estado, ficando abaixo dos 70% recomendados. Em João Pessoa, esse índice foi de 48%, enquanto que em Campina Grande o percentual verificado foi de 43%.
Os dados disponibilizados pela plataforma também revelam que a maior taxa registrada até agora na Paraíba foi no começo da pandemia, no dia 23 de março, onde o percentual foi de 58,5%.
Na noite dessa segunda-feira, 11, o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, voltou a falar, em transmissão ao vivo realizada em redes sociais, sobre a necessidade de aumentar esses percentuais de isolamento e da adoção de outras medidas restritivas para evitar a circulação das pessoas.
“Em João Pessoa, o desempenho da adesão a esse isolamento social é baixo e os leitos de UTI tem um percentual elevado de ocupação. Há um prenúncio de um colapso da rede hospitalar se nós não adotarmos uma medida mais restritiva”, explicou.
Ainda sobre as medidas que estão sendo tomadas com base nos dados de monitoramento, o secretário disse que deverá se reunir com o governador e com os prefeitos de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo e Conde para definir novas ações ainda mais restritivas.
“Inclusive, com uma fiscalização ostensiva, em que as pessoas terão que justificar porque estão na rua, para que haja uma adesão domiciliar mais elevada, consequentemente gerando menos casos e evitando um colapso da rede”, enfatizou o secretário.
Recomendações
Durante a transmissão ao vivo, Geraldo orientou que aquelas pessoas que apresentarem sintomas respiratórios ou síndrome gripal devem se recolher em casa e se manter em isolamento durante 14 dias.
Caso haja alguma eventualidade e apresente sintomas mais intensos, como desconforto respiratório e falta de ar, o paciente pode ligar para os números disponibilizados pelos serviços de saúde para tirar suas dúvidas ou buscar orientações sobre o que fazer e qual unidade de saúde deverá buscar.
O secretário ressaltou ainda que está sendo ampliada a realização de testes rápidos na população para que o estado tenha a dimensão da concentração viral e de onde se encontra o maior número de pessoas contaminadas. A partir desse diagnóstico, novas medidas de isolamento poderão ser adotadas, diminuindo o grau de transmissibilidade do vírus.
Da Redação do Paraibaonline.com Marcus Pedrosa, com supervisão da editoria executiva.