Considero-me o “último herói da resistência” quando o assunto é WhatsApp. Acredito até que fui o remanescente a aderir a essa nova forma de comunicação. Hoje, reconheço as facilidades que a ferramenta disponibiliza e a constatação da sua importância tivemos nesta semana, quando uma juíza “passou do ponto”, “queimou o bolo”, e o mundo ficou em estado de demência, com o bloqueio do WhatsApp.
Foi o último acontecimento que desfilou nas redes sociais, destacando que, neste ano, a sucessão de episódios ocorreu numa velocidade tal que, mal abordamos um assunto, outro já aparece sobrepondo-se ao anterior.
A decisão açodada da juíza bloqueadora causou ira, histeria, desequilíbrios, sem contar com o conhecido FEBEAPA – “Festival de Besteiras que Assola o País”. Teve gente que reivindicou respeito à democracia, como se o ato isolado da magistrada fosse um AI-5 versão 2015. Ainda bem que repararam a burrada e “tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes”.
O ocorrido reforça a lição de que, quando temos que interferir na vida das pessoas por imposição legal ou necessidade premente, temos de ter a responsabilidade de explicar os motivos da tomada de decisões. Esse cuidado não se teve e aí as pessoas se sentiram tolhidas no seu direito.
Esperemos pelo fato marcante da próxima semana, que poderá fazer com que esqueçamos o passado recente como a prisão do senador, as tragédias de Mariana e Paris e a Carta do Temer.
A lamentar a velocidade da inovação tecnológica, agora voltando para o cenário cibernético, o fato de que estamos perdendo o prazer pelo convívio pessoal e auditivo. Não queremos mais saber da função primitiva do celular que era nos comunicarmos através da voz. Já não fazemos mais questão da proximidade entre as pessoas, substituindo esse calor humano pela troca de mensagens, mesmo estando um ao lado do outro. Parece surreal, mas isso é concreto.
O que fazer? Dançar conforme a música, pois essa tendência é irreversível. Adicione-me ao WhatsApp pelo amor de Deus. “Não me deixe morrer de tédio, por favor”.