Acordei um pouco tarde hoje e me deparei com a imagem que ilustra a presente matéria. Arregalei os olhos e belisquei o braço para me certificar de que estava acordado ou se experimentava um sonho para lá de animador. Aí pensei: se estiver acordado acho que dormi por cento e vinte e acordei em 2021. Se for um sonho gostaria que ele demorasse para que eu usufruísse da sensação do “normal”.
Gente na praia feita um formigueiro, sem distanciamento e sem máscaras. Imagina usar máscara na praia! Com o sol inclemente iria ficar uma marca horrível no rosto nos deixando parecidos com um ET tropical. Essa aglomeração se deu em várias praias, notadamente de São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui em João Pessoa, na Praça do Caju, no Bessa, próxima à minha casa, tá tudo liberado. Ninguém usa máscaras nem observa o distanciamento. “Isso é coisa de otário. O bicho não é tão feito como se apregoa”. Essa é a tônica do pensamento do idiota que ignora quatro milhões de casos no Brasil, com 120 mil mortes. Aí vem outro imbecil e lacra: “vai morrer quem tinha de morrer e já tinha problemas”. Nunca ouvi uma expressão tão repugnante e vil com esta. Quer dizer que os portadores de morbidades precisam morrer e aí não se considera com causa mortis a contaminação pelo Corona Vírus?
Parabéns negacionista irresponsável. A história vai debitar na sua conta parcela de culpa pela totalidade de mortes no Brasil em função da pandemia que assusta o mundo, menos a você, que é dotado de poderes especiais ou tem histórico de atleta. Quer dizer, além de irresponsável, você é um egoísta, pois está pensamento somente no seu bem estar, já que algumas medidas exigíveis têm objetivo de proteger terceiros e não a você.
A essa altura já não atribuo culpa direta e única ao “coisa do planalto”,apesar de ser coadjuvante, porquanto fugiu da coordenação necessária, ignora a ciência, é prescreve, como médico”, um remédio para uma cura que ainda não existe, o Presidente se torna menos culpado de que os idiotas imortais e imunes., apesar do caráter de charlatão do mandrião.
Graças a Deus, até o momento tenho me esquivado do mal do século e não é por menos. Por vezes me acham “doente” pelo excesso de cuidado que tenho, ao ponto de “tomar banho de álcool gel diariamente”. Daí cheguei ao raciocínio: se eu cheguei até aqui livre do contágio e se todos tivessem os cuidados que tenho, certamente hoje estaríamos contabilizando um número infinitamente menor do que a vergonhosa contagem de mortos, vítimas da irresponsabilidade e da falta de empatia dos envolvidos, que ao final pode somar duzentos mil, a persistir o platô irredutível.
Não repita o mantra de que todos irão se contaminar porque isso não é verossímil. Se eu chegar até o início da vacinação em massa sem ter sido acometido pela COVID-19, posso me apresentar como prova irrefutável de que seria possível evitar a morte de tantos irmãos, se todos fossem responsáveis consigo e com o próximo. A questão é que “Narciso acha feito o que não é espelho”.
O Brasil caótico escolheu a morte! Salvar vidas não é prioridade! Infelizmente.
José Ricardo é contabilista