Malandramente…
Num Brasil cheio de problemas, é doloroso, mas temos de aceitar uma realidade: “tà tudo podre”. Fico pensando que não tem remédio para o nosso mal. A contaminação que parece atingir a todas as áreas, escolhe, desta vez um um grande negócio que surgiu com a criação de mega grupos para explorar a simpatia do sofrido povo brasileiro pela música. Criaram palcos ostensivos, colocaram umas pessoas que berram, gritam e gingam desengonçadas, fazendo de conta que estão cantando. Ainda desfilam bailarinos e bailarinas lindos e produzidos a desenvolverem danças que ninguém ousa decifrar seu ritmo. Tudo é bacana e leva multidões ébrias de agitação.
O divertimento está garantido. Não importa a qualidade musical, afinal, isso perdeu a importância. Com certeza as letras musicais das atuais bandas do falso forró não servem para tema do ENEM. O conteúdo é sofrível.
O avião está em queda livre sem chances de sobreviventes. “Morrerão todos carbonizados”. Foram com muita sede ao porte. Apenas 20% da receita eram divulgados. 80% serviam para lavar o dinheiro na compra de bens imóveis e outros investimentos.
Começo a me animar com o cerco armado contra verdadeiros tesouros ilícitos. Isso deve virar costume. Vamos atrás das fortunas e deixar a classe média baixa um pouco mais aliviada, afinal ainda tem mina a ser explorada.
É incrível como somos corruptos defendendo a ética e a moral. Não conto que alguns comecem a defender que existe um movimento orquestrado para atingir a cultura nordestina. Isso já foi dito por ocasião do episódio da vaquejada. Não podemos defender esse pensamento estapafúrdio. O errado não pode justificar erros.
Nesses casos, os conceitos de certo ou errado não podem gerar polêmicas. Defender tratar-se de injustiça porque a atividade musical, cortina de fumaça da lavagem de dinheiro, gera emprego e renda para centenas de pessoas, não tem nenhum respaldo coerente. Esse argumento não se sustenta. “Estão querendo acabar com a nossa cultura”. Por favor, isso não cabe.
Outros grupos e “cantores” estão colocando suas barbas de molho. Haverá desdobramentos com a ação da justiça e da polícia federal, numa operação que descobre sonegação em torno de 500 milhões de reais, só para começo de conversa.
“Na hora de mandar sal na gata
A menina meteu o pé pra casa
E mandou um recadinho pra mim
Nós se vê por aí
Nós se vê por aí
Nós se vê por aí”
Malandramente… Que letra maravilhosa não!