Vinte e cinco anos depois do início da Operação Mãos Limpas, na Itália, a corrupção mudou, mas não diminuiu no país europeu. Assim pensam dois dos principais personagens dessa história, que trabalharam na força-tarefa: Gherardo Colombo, ex-juiz e promotor, e Piercamillo Davigo, presidente da seção criminal da Corte de Cassação (o supremo tribunal italiano), convidados deste fórum. Leia mais sobre o contexto italiano aqui.
Outro convidado é o juiz federal Sérgio Moro. Em entrevista ao Estado, ele afirmou que a ‘vergonha está do lado de quem se opõe à Lava Jato’. O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato, também participa do fórum. Ele alerta que, apesar dos avanços da operação, ‘o Congresso pode pôr tudo abaixo em uma madrugada’.
“Meu maior medo é que muitos de nós não percebamos que em 2018 existe uma cerca baixa sendo colocada diante de nós. Nós podemos dar um grande salto contra a corrupção no País, mas isso depende essencialmente de nós”, diz o procurador da República Deltan Dallagnol, encerrando sua fala de abertura no Fórum Estadão.
“Aqui no Brasil foi feito largo uso da colaboração premiada. Temos esse instituto mais claro na legislação brasileira (do que na italiana). Não deixa de ter suas polêmicas mas, se bem utilizado, serve como recurso para revelar esses crimes. (…) Utilizar um criminoso contra o outro é uma técnica importante”, afirma Moro.
Fonte: Estadão