A inflação dos alimentos atinge todas as refeições do dia. Começando já pela manhã, o café subiu 39,6%. No almoço e jantar, os maiores vilões foram o óleo de soja (29,21%) e a carne. O quilo do acém, por exemplo, teve alta de 25,24% em um ano. Uma fruta para o lanche? O abacate subiu 174,6% e a laranja, 48,33%, em 12 meses.
O governo ainda não tem uma solução para reduzir logo os preços nas prateleiras dos supermercados. A proposta de redução do imposto de importação de alimentos com preços mais baixos no exterior ainda depende de análise dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária, a medida, se for efetivada, será prejudicial ao setor.
“Quem paga essa conta? Nós brasileiros produtores rurais, principalmente. O que nós precisamos é valorizar a nossa agricultura, valorizar o nosso produtor. Achar maneiras do crédito ser mais barato, achar maneiras de financiar a nossa produção, de vencer os gargalos logísticos e, principalmente, fazer com que o produtor consiga produzir cada vez mais, melhor”, disse o deputado Pedro Lupion.
Cafeicultores defendem solução negociada
Os produtores de café defendem uma solução negociada. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira Indústria de Café (Abic), é necessário criar políticas que reduzam os custos dos insumos agrícolas.
“Sempre vai exigir uma abordagem integrada que consiste tanto no fortalecimento da produção, quanto a proteção dos consumidores. Sempre será necessário implementar políticas que apoiem o agronegócio nacional, incentivando a produtividade e reduzindo os custos dos insumos agrícolas”, destacou Inácio.
Tema é prioridade no Planalto
O impacto nos índices de avaliação do governo manterá o tema como prioridade no Palácio do Planalto. Na próxima semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve discutir os preços dos alimentos com representantes dos frigoríficos e supermercados. A ideia é ouvir os setores para colher sugestões.
“Esperamos que o governo faça a sua parte, mexendo na questão estrutural, nos impostos, no custo do transporte, no custo dos insumos, para que a gente possa, cada vez mais, assegurar a segurança alimentar do nosso país”, ponderou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin.
O Ministério da Fazenda espera que o dólar siga em trajetória de queda porque produtos exportados, como o café, açúcar, carne e frutas, têm o preço atrelado ao câmbio. Há também a expectativa de recorde da próxima safra. O aumento da oferta de alimentos pode pressionar os preços para baixo.
- BAND / UOL
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