“Anavan tur”, “anarriér”, “olha a chuva”, “mentira”. Expressões usadas pelos marcadores de quadrilhas juninas, dança de origem inglesa, incorporada pela França e trazida paro o Brasil no século XIX. É o que dizem as ferramentas de pesquisas da internet.
Na minha cidade, em épocas de festejos juninos, frequentava as ruas com as estilosas quadrilhas, representadas por “matutos”, que dançavam alegremente, caricaturando os verdadeiros matutos da “roça”. Era tudo muito divertido. A dança era bastante sincronizada.
Já no Rio de Janeiro, ensaiei lampejos de dançarino, mas confesso: “não dou pra coisa”. Era motivo de chacota nos ensaios da quadrilha na escola (pátio da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, em Bonsucesso). Todo desengonçado e fora do ritmo, fui motivo de galhofa dos colegas estudantes, que me chamavam de “paraíba burro”. Coitado de mim. À época já existia bullyng nas escolas. Tenho trauma até hoje. Imagina não saber demonstrar para o público os meus passos de dançarino de quadrilha! Coitada da menina que escolhi para meu par. Até hoje deve ter marcas dos pisões que lhe dei.
Vamos declinar sobre as outras quadrilhas. As que se instalaram no Brasil, desde o tempo do império, enraizaram-se e vieram à tona no governo petista. Vale salientar que não foi o PT que inventou a roubalheira. Ele negligenciou na gestão corrupta das entidades públicas, trazendo à baila a prática corriqueira adotada por todos os partidos políticos. Acentue-se: todos sem exceção.
O PT entregou o ouro. O PMDB quis aproveitar, mas não tem pedigree para tal. É tão corrupto quanto.
Agora o que se observa: articulação para enfraquecer a “LAVA JATO”. As cabeças pensantes não param. Os petistas se vangloriam de que o governo Dilma fez questão de incentivar as investigações. Balela. O que verificamos é que o PT não tinha moral para tentar barrar os atos do Moro e do MP, aí inventou esta conversa.
Agora estamos em perigo. A cúpula pemedebista é bem mais articulada. Com um presidente interino que não inspira confiança, ladeado pelos velhos caciques da nefasta política brasileira, estão fazendo de tudo para minimizar os efeitos da operação queridinha do Brasil sofrido e capenga.
As duas quadrilhas em nada se equiparam. Enquanto a junina nos traz alegrias e boas recordações, a dos corruptos nos enche de vergonha e desesperança.