Contaram-me e eu não acreditei. A “morte” da ex-primeira-dama Marisa, noticiada nesta quinta feira desencadeou uma série de histerismos doentios que comprovam o estado de patologia que acometeu a nossa sociedade, perdida em seus conceitos e valores. Fui lá conferir e confirmei: “a internet, às vezes se transforma em hospitais de doentes loucos e insanos”.
Não vou reproduzir as impropriedades das redes sociais para não valorizar o mal. O pensamento político heterogêneo consegue tornar o brasileiro um ser mau e envenenado. Quanto ódio constatamos nas postagens consignadas sem nenhum cuidado com o senso humano!
Aceito e me alinho àqueles que criticam os malfeitores, mas fico tétrico diante de posicionamentos envenenados de pessoas que às vezes se apresentam como cristãos éticos e com moral ilibada.
A esposa do ex-presidente Lula, em seu estado de debilidade física, não pode ser jogada ao fogo da inquisição contemporânea, que transcende os limites do razoável. As pessoas que se manifestam pelas redes sociais, proferindo escabrosos comentários precisam de tratamento tão quanto a convalescente senhora. Quero entender que esses descontroles verbais decorrem da posição política odiosa que tomou conta da maioria. Hoje já não basta discordar da ideologia política. Tem-se que aniquilar o ser. Discordar de pensamentos políticos não é mais um exercício da democracia. A discordância já não tem a menor importância. Não se dão por satisfeitos com a discordância de ideias e querem partir para o massacre que espera ferir de morte os que pensam de forma adversa.
Nossa sociedade está doente. A intolerância virou regra. A serenidade, exceção. Pura realidade num mundo cada vez mais individualista e desprovido de amor no seu sentido ágape. Não conseguem separar as coisas. O julgamento que nos é permitido é o embasado na lei imposta pela sociedade. O julgamento da vida não nos pertence. Se não conseguimos entender isso é sinal de que nós estamos regredindo numa demonstração clara de um paradoxo temporal.
Espero não ser interpretado como um simpatizante doente de ideologias políticas, mesmo porque não sou adepto a ideologias. Alinho-me a projetos, mas isso é outro papo. O que me incomoda é o recrudescimento do ódio e do veneno que tomou conta de muitos. Para esses, torço que a sensibilidade toque seus corações e consigam separar a divergência ideológica do respeito à vida.
Independentes de religião não usem o nome de Deus em vão, atribuindo a Ele castigos que não os aplicou. Se quiserem continuar com o coração doente e envenenado pelo ódio, não se valham de Deus para cometer esse suicídio espiritual. Deus não faz parcerias e acordos para o mal de ninguém. Tome cuidado e não se esqueça da “lei do retorno ou de causa e efeito”. Vamos plantar o bem e colher o amor. Assim deve caminhar a humanidade.
“Quem comemora a morte, com certeza, não tem uma vida sã”.