O governo federal deve cortar, em 2017, até 45% dos investimentos nas universidades federais.
A previsão de recursos para 2017 foi divulgada esta semana pelo Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle, através do portal do Ministério da Educação (MEC). Está previsto um corte de R$ 350 milhões em investimentos em 63 universidades federais por todo o país.
A previsão para 2016 somava R$ 900 milhões. Com o corte, o custeio sofrerá uma baixa de 18%. Os valores ainda podem passar por revisão. O MEC afirma que a previsão atual é realista, “diferente de anos anteriores, em que o orçamento passou por contingenciamentos”. “Se esse corte for aprovado, teremos de reduzir muitos programas”, diz Ângela Paiva, presidente da Andifes, a associação nacional dos dirigentes das federais. Segundo ela, reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é “injustificável” a redução. “Mesmo se o orçamento fosse igual ao de 2016, demandas importantes já ficariam descobertas.”
As universidades federais vivem cortes de verbas desde o fim de 2014, sofrendo com a elevada inflação de -8,7% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA.
Muitas universidades vão rever planos de obras em andamento, reduzindo gastos e ritmo de obras, como reformas e ampliações. Importantes setores como as cotas federais (que devem distribuir 50% das vagas entre alunos pobres, pretos e pardos) devem sofrer problemas causados pela grande demanda por bolsas e restaurantes.