Alvo de um novo episódio de discriminação racial no futebol, o brasileiro Everton Luiz, que defende o Partizan Belgrado (Sérvia), criticou a atitude dos jogadores do Rad, que não pediram para que os torcedores do clube parassem com cânticos preconceituosos durante o jogo entre os dois times neste domingo. O duelo pela 22ª rodada do Campeonato Sérvio, realizado no estádio do Rad, foi marcado pelas ofensas ao atleta brasileiro, que deixou o gramado chorando.
Após o apito final, o brasileiro desabafou e fez um gesto para os torcedores adversários. O que gerou uma reação de atletas do Rad, que partiram para cima do brasileiro, o que gerou uma confusão generalizada no gramado. Durante a confusão, Everton Luiz recebeu cartão amarelo pela reação.
– Durante todo o jogo, os torcedores estavam me xingando, me chamando de macaco, imitando (macaco). E quando chegava mais perto da torcida, eu escutava mais alto ainda. Acabou tendo a confusão, porque fiz gesto obsceno, já estava muito bravo. E (estava) bravo também com os jogadores (adversários). Ninguém teve a atitude de falar para eles pararem. Continuava, e ninguém pediu para parar. A não ser o juiz, que ouviu e falou para que se pedisse para parar pelos altos-falantes. Mas mesmo assim, continuaram. Foi muito triste o que aconteceu – afirmou Everton Luiz em entrevista ao programa “Redação SporTV”.
O atacante, que atua no país desde o ano passado, disse ter sido a primeira vez que foi alvo de preconceito durante um jogo na Sérvia e afirmou que recebeu a solidariedade da direção do Partizan Belgrado, um dos times mais populares do país.
– Todo mundo me apoiou. Os torcedores, o clube. Estão tomando providências para ver o que pode acontecer. Me disseram até que eu poderia ser punido. Mas estão vendo o que pode acontecer.
Everton Luiz, 28 anos, iniciou a carreira em 2009 na Ponte Preta. No mesmo ano, foi contratado pelo Palmeiras, mas acabou não sendo aproveitado no clube.
Após passagens pelo Marília, Bragantino e CRB, atuou em 2013 no México, pelo San Luis. No mesmo ano, defendeu o Criciúma, sua última equipe no Brasil. Desde 2014 atua na Europa. Antes de chegar ao Partizan em 2016, atuou na Suíça, pelo Lugano e Saint Gallen.
Por Globo Esporte