
O Decreto de intervenção na segurança do Rio de Janeiro se mostra pertinente e tempestivo. Embasado no Art. 34, da Constituição Federal, ele, com certeza, não solucionará o grave problema da violência fluminense, mas se apresenta como uma resposta à bandidagem, mostrando-lhe os limites de tolerância diante da ousadia dos perversos sanguinários.
As expectativas das cenas futuras são enormes. Capítulos cruciais ainda estão por vir. Não se espera que a questão da violência se resolva com repressão militar. Essa, ratificamos, é necessária, porque o bandido precisa saber que ele não é o rei da cocada. Nesse momento, o Estado não pode dar ouvidos a debates infrutíferos e contumazes de figuras prosaicas e entidades ligadas a movimentos sociais equivocados, que confiam ser a solução a conversa bonita e respeitosa com bandidos, que não estão nem aí para as agruras que causam à população.
Os desdobramentos da acertada decisão do Presidente serão diversos e não podemos soltar fogos em comemoração ao evento. O remédio é bastante amargo, não obstante ser extremamente necessário nesse momento de beligerância na cidade maravilhosa.
Uma das preocupações que me ocorre é o efeito dominó da mudança de diretrizes para conter a violência. É plausível que a bandidagem, sentindo-se acuada, migre para outros estados, trazendo assim, preocupação a todos os entes federativos, carecendo de medidas preventivas para evitar a evasão, em caravana, de bandidos cariocas para o restante do País. Esperamos que os governadores ajam rápido e de forma planejada para que não amarguemos reflexos negativos da ação repressiva. Não é desejável que vivenciemos banho de sangue para se impor a ordem e a Lei.
As opiniões são ecléticas e não poderiam ser diferente. Os torcedores do Fla x Flu político, escancarado no carnaval 2018, em boa hora, cedem lugar para o debate da segurança e aí esperamos que as conversas sejam mais racionais, porque sobre o carnaval deu pena e dó das pessoas que se engalfinharam numa batalha louca e insana.
Já vimos manifestações de toda ordem. Alguns querendo tirar dividendos políticos da situação, e nesse aspecto destilam veneno e desconsideram a razoabilidade da medida do Presidente. Não podemos, também, largar esse cidadão de vez, pois ele já deixou transparecer que a intervenção será suspensa se a reforma da previdência ganhar força para a aprovação. Se isso acontecer, não vou perdoar o Presidente, e voltarei contra ele a minha metralhadora verbal municiada de calibre grosso, porque ficará patente que a situação de calamidade da segurança, que nesse momento se mostra vital, dará lugar à reforma e aí a tese de prioridade cai por terra. Não faça isso Presidente! Ajude-nos a apoiá-lo incondicionalmente nessa medida que se apresenta simpática à Nação, mormente o atual momento dos cariocas.
A reforma da previdência fica para outro momento, com um governo com maior credibilidade, pois o seu não detém essa marca. Isso está aferido pela baixa aprovação do seu governo, que não chega nem a cinco por cento. Isso por razões mais do que sabidas, a reforma precisa ser feita lá adiante, com a incorporação de toda as mazelas que afetam o nosso equilíbrio fiscal e não apenas o ônus perverso para a classe trabalhadora.
Se o Presidente suspender a intervenção, para aprovar a reforma previdenciária, fica caracterizado o seu o seu mau caráter e poderá sofrer ações judiciais. Isso é o que afirmam os especialistas. Quero acreditar que essa ação irá até o fim e atingirá os objetivos a que se destina. Se isso não acontecer, #fora TEMER!
Fica uma lição nesse episódio: os últimos governantes do Rio falharam feio no trato com a segurança pública, não obstante suas promessas demagógicas e eleitoreiras, próprias dos maus políticos. Essa intervenção será um divisor de águas no tocante à segurança, mas é preciso tomar outras medidas de restruturação das entidades ligadas, pois sabemos que em termo se segurança pública, o buraco é mais embaixo. Não resolveremos as questões vitais da segurança apenas com um Decreto de intervenção. É preciso atingir o foco do problema, que cabe aos profissionais da área detectar e agir de forma proativa e não apenas repressivamente.
Parabéns Presidente. O senhor agiu com altivez e coragem. Seu ato é digno de aplauso público. Só não apoia quem estava satisfeito com o caos instalado no Rio de Janeiro e que pretende o discurso prosaico do entendimento amigável para se resolver questões com bandidos intransigentes e descompromissados com o bem estar social.