Mesmo obtendo resultados benéficos para a sociedade, a pesquisa científica brasileira vem sofrendo com contingenciamentos
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), divulgou na última segunda-feira (13), que a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) conta com 166 docentes entre os que mais produzem pesquisas no país.
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De acordo com o professor José Maria Barbosa Filho, do Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (PPGPNSB) da UFPB, atualmente a instituição possui 2862 professores, com 75% deles possuindo o título de doutor. “Isso é motivo de muito orgulho para a UFPB. Nesse momento de crise e cortes, temos tantos membros do corpo docente no staff de pesquisadores do CNPq”, destaca o professor.
A professora Bagnólia Costa é a mais nova pesquisadora a entrar nesse rol de produtividade do CNPq. Com ela, aumentou para 70% o número de docentes da pós em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos da UFPB que possuem bolsas e incentivos para pesquisa do conselho.
“Esse ganho tem uma importância muito grande, porque mostra nossa produtividade científica e administrativa. Já tinha sido agraciada entre os anos de 2009 e 2015, mas passei cinco anos sem fazer parte. Foram centenas de dias focando no trabalho e agora conseguimos, com um projeto que tinha sido desconsiderado em um programa anteriormente”, comemora a pesquisadora.
Para Bagnólia Costa, que estuda como a alga spirulina combate a disfunção erétil em ratos com dieta hipercalórica, a trajetória científica é de persistência e o êxito surge até em programas mais competitivos e difíceis, como o de Farmacologia – que ela se encontra atualmente.
“Provamos que a atuação da spirulina melhora a disfunção erétil, inclusive a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já registrou como um alimento funcional. Agora, vamos explorar o mecanismo de ação e o intuito é chegar a disponibilizar para os seres humanos como uma atividade terapêutica”, enfatiza.
Dos 78 Programas de Pós-graduação da UFPB, o de Linguística e o de Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos se destacam, porque possuem conceito 6 da Capes. O máximo é 7, segundo a fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
Docentes enfrentam dificuldades
Mesmo obtendo resultados benéficos para a sociedade, a pesquisa científica brasileira vem sofrendo com contingenciamentos. Medidas adotadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), em março do ano passado, comprometeram a expansão das pesquisas, como congelamento e suspensão de remanejamentos internos de bolsas e adiamento de fomento para a pós-graduação neste ano.
Somente em maio do ano passado, das 1.211 bolsas dos pós-graduandos da UFPB, 290 foram cortadas, sendo 185 de mestrado e 105 de doutorado. Assim, cerca de 25% das bolsas para a pós-graduação foram perdidas.
por portal correio